Novas evidências em favor da triagem do câncer de pulmão

Matéria de Valéria Hartt, do portal OncoNews

 

O rastreamento é fundamental para diagnosticar e tratar o câncer de pulmão em estágios iniciais. Estudo do Moffit Cancer Center a partir de dados de mais de 50 mil pessoas mostra que subgrupos de alto risco rastreados por tomografia computadorizada apresentaram características diferentes, com impacto nos desfechos de sobrevida. O estudo avaliou dados de prevalência de câncer de pulmão na triagem inicial e na sequência de intervalos do exame tomográfico, a partir de dados do National Lung Screening Test.

 

“O artigo demonstra bem a complexidade do tema rastreamento, e o quanto ainda temos que aprender sobre a biologia, comportamento e prognóstico do câncer de pulmão nessa população vulnerável devido ao tabagismo”, afirma Ricardo Sales dos Santos, cirurgião torácico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e Diretor do Instituto Tórax (iTorax).

 

O estudo incluiu mais de 53 mil pessoas de 55 a 74 anos de idade, fumantes atuais ou antigos, que fumaram pelo menos um maço de cigarros por dia durante 30 anos ou mais. Aqueles que apresentaram nódulo indeterminado no exame inicial de tomografia computadorizada de baixas doses (LDCT) e tiveram diagnóstico de câncer de pulmão confirmado nos anos seguintes tiveram melhores resultados do que os pacientes que apresentaram imagem positiva na triagem inicial por LDCT.

 

Métodos

Os indivíduos selecionados foram agrupados em diferentes coortes, de acordo com as características verificadas no início da investigação: de um lado, aqueles com nódulo pulmonar indeterminado ao exame tomográfico e que tiveram diagnóstico de câncer de pulmão confirmado nos exames de intervalo aos 12 meses (S1) e 24 meses (S2); no outro, indivíduos que tiveram achados tomográficos positivos para câncer de pulmão ao exame inicial e que desenvolveram novos nódulos identificados no seguimento de 12 meses (S3) e 24 meses (S4).

 

O estudo avaliou os desfechos de sobrevida global (SG) e sobrevida livre de progressão (SLP) e concluiu que as taxas de mortalidade câncer específica foram mais elevadas nos dois últimos subgrupos (136,6/1000 pessoas-ano versus 71,3/1000 pessoas-ano, p <0,001).

 

A sobrevida global (HR = 1.80; 95% CI 1.21–2.67) e a sobrevida livre de progressão (HR = 1.89; 95% CI 1.31–2.74) foram significativamente menores para S3 / S4 em comparação com S1/S2 (P <0,004; P <0,002, respectivamente). Os resultados foram consistentes quando estratificados por estadiamento e histologia.

 

Para ler esta matéria na íntegra acesse este link.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *